Autoestima nas crianças: como ajudar a construir uma base segura

Autoestima nas crianças: como ajudar a construir uma base segura

Será que o seu filho sabe o quão incrível é? Há formas simples e poderosas de lhe mostrar.

Mais do que saber contar até dez ou decorar o alfabeto, o que uma criança precisa, antes de tudo, é de acreditar em si mesma. A autoestima nas crianças é o alicerce silencioso por trás de cada gesto de coragem, cada nova tentativa, cada “eu consigo” que surge no dia a dia. E, ao contrário do que muitos pensam, essa autoestima não aparece sozinha — ela constrói-se, com tempo, intenção e afeto.

 

O que é autoestima infantil?

Autoestima é a forma como a criança se percebe: se se sente amada, capaz, importante. Vai muito além do elogio ocasional ou da tentativa de “levantar o astral”. Envolve a percepção profunda de valor próprio, a confiança para ser quem é e a segurança emocional para lidar com erros e rejeições.

Uma criança com autoestima saudável:

  • Toma decisões com autonomia.

  • Lida melhor com frustrações.

  • Relaciona-se com mais empatia.

  • Tem coragem para tentar, errar e tentar outra vez.

Já uma criança com autoestima fragilizada tende a duvidar constantemente de si, evita desafios e pode desenvolver uma necessidade excessiva de aprovação externa.

 

Onde começa a autoestima?

A autoestima nasce, sobretudo, nas relações que a criança estabelece com os adultos à sua volta. Muito mais do que palavras, são as atitudes do dia a dia que alimentam (ou enfraquecem) o sentimento de valor próprio.

 

A forma como olhamos para a criança importa

Quando olhamos com genuíno interesse, quando escutamos com atenção, estamos a dizer: “Tu és importante.” Esse tipo de validação constrói uma imagem interna positiva, resistente às pressões do mundo lá fora.

Dica prática: abaixe-se ao nível dos olhos da criança quando falar com ela. O contacto visual direto transmite respeito e presença.

 

A forma como corrigimos também conta

A criança erra — é natural. Mas se o erro é sempre recebido com impaciência, crítica dura ou rejeição, ela começa a associar falhas a falta de valor. Ao contrário, quando o erro é tratado como parte do processo de aprendizagem, a criança sente-se segura para tentar de novo.

Dica prática: transforme frases como “Tu não sabes fazer nada direito” em “Percebeste o que aconteceu? Vamos tentar de outra forma.” A diferença pode parecer pequena, mas o impacto é enorme.

 

Cuidado com os rótulos

“És teimoso”, “és distraído”, “és preguiçoso”… Palavras assim colam-se como etiquetas na identidade em formação da criança. E, com o tempo, ela começa a acreditar que é aquilo — mesmo que não seja. Em vez disso, foque-se no comportamento, não na identidade.

Dica prática: troque “És tão desorganizado” por “Hoje o teu quarto ficou desarrumado, como podemos resolver isso juntos?”

 

Elogios: menos desempenho, mais esforço

Elogiar é importante — mas o que elogiamos faz toda a diferença. Se elogiamos apenas os resultados (“Foste o melhor!”, “Ganhaste!”), a criança pode desenvolver medo de falhar ou de não corresponder às expectativas. Ao elogiarmos o esforço, a persistência e a atitude, reforçamos uma autoestima baseada em crescimento e não em perfeição.

Dica prática: em vez de “És muito inteligente!”, experimente “Admiro a forma como te esforçaste mesmo quando foi difícil.”

 

O tempo de qualidade ainda é o mais valioso

Vivemos rodeados de distrações. Mas para uma criança sentir-se vista e valorizada, precisa de atenção real — sem pressas, sem telemóveis, sem multitasking. É no tempo de qualidade que a autoestima floresce.

Dica prática: proponha pequenos rituais diários de conexão. Pode ser uma conversa antes de dormir, um momento só vosso ao chegar da escola ou — por que não? — tirar uma carta por dia do baralho Magic Decks. A ideia não é “jogar certo”, mas abrir espaço para perguntas, histórias, escuta e presença. Uma carta pode abrir portas para conversas que, de outra forma, não aconteceriam.

É nesses momentos simples que a criança se sente verdadeiramente importante.

 

Autoestima não se constrói em dias — mas todos os dias contam

A construção da autoestima é feita de muitos momentos simples. Não exige grandes discursos nem soluções mágicas. Exige presença. Coerência. Amor que se vê nos gestos.

Cada vez que dizemos “Acredito em ti”, ajudamos a criança a acreditar em si mesma.

 


 

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